Em Bocaiúva o primeiro Laticínio Orgânico certificado do Paraná

Conforme João Tanto dono do laticínio orgânico Recanto Verde em Bocaiúva do Sul-PR a certificação dos produtos foi algo muito difícil, “pela legislação do estado não existe laticínio pequeno, os projetos são de 20 mil, 30 mil litros dia e, nós aqui estamos produzindo uma média de 80 litros dia. Alegavam-me que não existia equipamento para laticínio nesse porte, então tudo o que eu escutava era sempre um não. Para se ter uma ideia levou três anos para conseguirmos a inspeção do estado. Os Laticínios de uma maneira geral são focados em vender leite e nós não vendemos leite- nós processamos o nosso leite para agregar valor. Depois de Três anos de muitas reuniões e explicações conseguimos a licença-onde hoje, nós somos o primeiro laticínio orgânico do paraná.”  Conta o produtor Tanto.

Hoje a marca de laticínios Recanto Verde é comercializada em Curitiba - e vendida nas feiras orgânicas da grande capital.

Conforme João Tanto os benefícios de estar inserido no município de Bocaiúva do Sul é, que no entorno da sua propriedade não existe produtor convencional. A propriedade também possui uma água muita boa para os animais, o gado é tratado com homeopatia e também é criado na própria propriedade, “não compramos de fora o animal. Troco apenas o touro. Não fazemos inseminação. Também a alimentação é orgânica; com o farelo de soja; a torta de girassol de um produtor aqui de Colombo e, o milho orgânico. Não é fácil de conseguir, porém quanto mais vamos pesquisando- mais percebemos que tem gente produzindo orgânicos,” relata.

Benefícios para a Saúde dos Laticínios Orgânicos

Conforme aponta o produtor, existem muitos que não acreditam nos benefícios reais dos laticínios orgânicos-Ele comenta que hoje, os grandes vilões são a intolerância a glúten e a intolerância a lactose. “Lá na feira do passeio público vêm pessoas me relatando esse problema. Vou citar o caso de uma senhora que chegou à feira me contando que nasceu em uma fazenda, criada tomando leite- e, hoje ela não pode nem chegar perto de derivados de leite, então, eu a convenci a experimentar a nossa coalhada- ela dizia enfaticamente que não podia comer- mas propus que ela experimentasse- dei de presente um pote para ela, caso fizesse mal era para ela jogar fora. No outro sábado ela voltou na feira- e me perguntou: - Seu João o que você faz nesse seu derivado de leite?! - Porque não me fez mal e, não tive que tomar remédio para meu intestino preso”, conta.

Conforme João Tanto hoje o que acontece é que a maior parte dos problemas que a pessoa diz ser intolerância a lactose, na verdade são os conservantes contidos no leite convencional- “muitas pesquisas já apontam para isso”, explica.

Sobre os desafios

“Quando se faz o que gosta, as coisas começam a dar certo. Pena que 90% ou mais da população do mundo não faz o que gosta. Principalmente mexer com gado de leite que não tem sábado, não tem domingo, não tem feriado, é todo dia né! Tem que gostar.” Destaca João Tanto.